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sábado, 4 de fevereiro de 2023

SE AMAS O PASSADO, ELE NÃO PASSA

O amor, sob a forma de saudade, prolonga no tempo aquilo que ama, se for autêntico, então torna-o eterno. 

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O tempo nunca se suspende, avançando sempre em direção ao que há de ser. Se a saudade for desregrada, então acaba por impedir que se viva o presente, como se fosse uma recusa à forma simples do tempo ser. Assim também, a saudade em excesso implica uma cegueira em relação à esperança. 

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O que deve fazer um adolescente que teme vir a ter saudades da sua juventude? 

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O tempo é um dom divino. Ninguém tem o direito de estar vivo hoje. Poucos são os que agradecem o facto de terem oportunidade de envelhecer... nenhum dia deve ser desperdiçado como se não servisse para nada. Uma hora só é entediante se não a aproveitarmos para... viver. 

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Não posso partir-me entre o ontem e o hoje.

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Viver é estarmos, completos, aqui e agora. Esta hora é um instante do nosso caminho, entre o que já fizemos e o que havemos de sonhar, construir e percorrer. 

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Se amas o passado, ele não passa. Mas importa saber qual a medida certa deste amor, porque amar também é deixar ir. Respeitar o outro e o seu tempo, não o prendendo nem arrastando, por melhor que julguemos ser a nossa intenção.

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Só não é feliz quem nunca experimentou a felicidade, ou quem não o quer ser, porque teme que o ser não seja mais forte do que o ter.

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No amor, nada se perde do que foi dado. 

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Queiramos ou não, aquilo que outrora tivemos e vivemos, faz agora parte do que somos. E assim será. Sempre. 

José Luís Nunes Martins 

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