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domingo, 4 de março de 2012

Todo aquele que habita a solidão sabe que o medo é o oposto da felicidade. O isolamento de quem foge é assustador e pesado. A solidão de quem dá um passo adiante, quando todos os outros ficam quietos, é bela e voa.

Ser original, nos dias que correm, não é tarefa fácil. A normalidade exige e atinge picos de afinação incríveis. Até mesmo os sonhos são como que versões autorizadas de um sistema que oferece muitas opções, mas sempre só em circuito fechado. Sair do habitual é uma ousadia que a multidão condena a priori. Os obedientes contribuem para a perpetuação do estado de coisas, vaiando de todas as formas quem desafia sair do caminho.

Porque eu não sou como os outros, devo preocupar-me quando estiver a parecer-me com eles.

Mas sair da lógica da multidão é desafiar a irracionalidade. A massa é acéfala e rege-se por princípios de estabilidade e força, alimenta-se da renúncia das vontades individuais, num movimento gigante e potente.

Quem quer ser feliz deve ser original, sempre, desejar criar o novo, aceitar agarrar a sua vida em vez de esperar pelo que possam trazer as mãos do mundo. É preciso expor-se totalmente e arriscar tudo, porque só quando se compromete tudo se pode alcançar o raro prémio de que quase todos desistem cedo demais. A felicidade.

Quando se ama verdadeiramente pouco se teme, por isso se fica mais perto do céu.

Os meus braços servem para abraçar e não para me esconder atrás deles. 

O sofrimento da solidão tem sentido absoluto quando o peito está descoberto. Só com os braços bem abertos se ama.


(publicado no jornal i - 3 de março de 2012)


publicado por José Luís Nunes Martins

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Triângulo da Performance
85% do que contribui para o desempenho final de cada indivíduo, vem das suas Aptidões Pessoais ou Talentos e da sua Atitude e apenas 15% derivam do Conhecimento.

Sabemos que 95% do esforço despendido é colocado no Conhecimento e somente 5% nas Aptidões e Atitude.

In "A Engenharia Humana é a solução" António Guimarães, Edições Mahatma

Que enorme oportunidade para corrigirmos esta assimetria, a começar pela Vocação dos nossos Filhos, ao contrário das suas habilitações.

Por isso 80% das pessoas vive vidas tristes e enfadonhas, com péssima auto-estima, atitude medíocre e péssimas escolhas. 








quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão. Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação! Estamos construindo super-homens e super mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é 'entretenimento'; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro,você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping-center. É curioso: a maioria dos shoppings-centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Deve-se passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:...

"Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser Feliz"!!!

sábado, 7 de janeiro de 2012

EURO, qual EURO. Crise...

Sabem quem é Papademos Lucas (actual líder grego após a renúncia de
Papandreou)
Sabem quem é Mario Monti (agora à frente do governo italiano)?
Sabem quem é Mario Draghi (actual presidente do Banco Central Europeu)?
Sabem o que é Goldman Sachs?

Goldman Sachs: é um dos maiores bancos de investimento mundial e
co-responsável directo, com outras entidades (como a agência de notação
financeira Moody?s), pela actual crise e um dos seus maiores beneficiários.
Como exemplo, em 2007,a G.S. ganhou 4 bilhões de dólares em transacções que
resultaram directamente do actual desastre da economia do EUA. O EUA ainda
não recuperaram das percas infligidas pelo sector especulativo e financeiro
dos EUA.

Papademos: actual primeiro-ministro grego na sequência da demissão de
Papandreou. Atenção não foi eleito pelo povo.
- Ex-governador do Federal Reserve Bank de Boston, entre 1993 e 1994.
- Vice-Presidente do Banco Central Europeu 2002-2010.
- Membro da Comissão Trilateral desde 1998, lobby neo-liberal fundado por
Rockefeller, (dedicam-se a comprar políticos em troca de subornos).
- Ex-Governador do Banco Central da Grécia entre 1994 e 2002. Falseou as
contas do défice público do país (para a entrada no euro) com o apoio
activo da Goldman Sachs, o que levou, em grande parte à actual crise no
país.

Mariano Monti: actual primeiro-ministro da Itália após a renúncia de
Berlusconi. Atenção não foi eleito pelo povo.
- O ex-director europeu da Comissão Trilateral mencionada acima.
- Ex-membro da equipe directiva do grupo Bilderberg.
- Conselheiro do Goldman Sachs durante o período em que esta ajudou a
esconder o défice orçamental grego.

Mario Draghi: actual presidente do Banco Central Europeu para substituir
Jean-Claude Trichet.
- O ex-director executivo do Banco Mundial entre 1985 e 1990.
- Vice-Presidente para a Europa do Goldman Sachs de 2002 a 2006, período
durante o qual ocorreu o falseamento acima mencionado.

Vejam tantas pessoas que trabalhavam para o Goldman Sachs ....
Bem, que coincidência, todos do lado do Goldman Sachs. Aqueles que criaram a
crise são agora apresentados como a única opção viável para sair dela, no
que a imprensa americana está começando a chamar de "O governo da Goldman
Sachs na Europa."
Como é que eles fizeram?

Encorajaram Investidores a investir em produtos secundários que sabiam ser
" lixo ", ao mesmo tempo dedicaram-se a apostar em bolsa o seu fracasso.
Isto é apenas a ponta do iceberg, e está bem documentado, podem investigar.
Agora enquanto lêem este e-mail estão esperando na base da especulação sobre
a dívida soberana italiana e seguidamente será a espanhola.

Tende-se a querer-nos fazer pensar que a crise foi uma espécie de
deslizamento, mas a realidade sugere que por trás dela há uma vontade
perfeitamente orquestrada de tomar o poder directo no nosso continente, num
movimento sem precedentes na Europa do século XXI.

A estratégia dos grandes bancos de investimento e agências de rating é uma
variante de outras realizadas anteriormente noutros continentes, tem vindo a
desenvolver-se desde o início da crise e é, do meu ponto de vista, como se
segue:

1. Afundar o país mediante especulação na bolsa de valores / mercado.
Pomo-los loucos com medo do que dirão os mercados, que nós controlamos dia a
dia.

2. Forçá-los a pedir dinheiro emprestado para, manter o Status-Quo ou
simplesmente salvá-los da Banca Rota. Estes empréstimos são rigorosamente
calculados para que os países não os possam pagar, como é o caso da Grécia
que não poderia cobrir a sua dívida, mesmo que o governo vendê-se todo o
país, e não é metáfora, é matemática, aritmética.

3. Exigimos cortes sociais e privatizações, à custa dos cidadãos, sob a
ameaça de que se os governos não as levam a cabo, os investidores irão
retirar-se por medo de não serem capazes de recuperar o dinheiro investido
na dívida desses países e noutros investimentos.

4. Cria-se um alto nível de descontentamento social, adequado para que o
povo, já ouvido, aceite qualquer coisa para sair da situação.

5. Colocamos os nossos homens, onde mais nos convenha.

Se acham que é ficção científica, informem-se: estas estratégias estão bem
documentadas e têm sido usadas com diferentes variações ao longo do século
XX e XXI noutros países, nomeadamente na América Latina pelos Estados
Unidos, quando se dedicavam, e continuam a dedicar-se na medida do possível,
a asfixiar economicamente mediante a dívida externa por exemplo a países da
América Central, criando instabilidade e descontentamento social usando isso
para colocar no poder os líderes "simpáticos" aos seus interesses. Portanto
nada disto tem a ver com o EURO. O EURO é uma moeda Forte, porque os
investidores vêm ai carne para desossar, se não houvesse o Euro o ataque
acontecia na mesma, só que se calhar os primeiros a cair não seriam os PIGS,
mas a própria Alemanha, a Inglaterra etc. Não são o Governo dos EUA, que
desferem estes golpes, mas sim pela indústria financeira internacional,
principalmente sediada em Wall Street(New York) e na City (Londres), é que,
o que está acontecendo sob o olhar impotente e / ou cúmplice dos nossos
governos é o maior assalto de sempre na história da humanidade à escala
global, são autênticos golpes de estado e violações flagrantes da soberania
dos Estados e seus povos.

Os dirigentes que temos sabem perfeitamente destas manigâncias. Não
contrariar o processo é para eles a possibilidade de ganharem muito com
isso. Seja directamente, seja caindo nas boas graças de quem tem mais poder.
Especialmente a nível internacional, com o exemplo recente de Durão Barroso
e Vítor Constâncio. Enquanto isso não acontece, as negociatas vão-se
fazendo, aguardando as reformas chorudas.

E agora pergunta-se: que fazer?

1. Exigir uma verdadeira democracia. Direito a Referendos de Iniciativa
Cidadã (Vinculativos, sem obstrucção do Parlamento, como actualmente), como
barreira contra as privatizações de actividades essenciais e medidas
legislativas contra os cidadãos.

2. Agilização da justiça contra os crimes económicos e outros tipos de
falcatruas. Exigir nova legislação que puna gestões danosas, cometidas por
responsáveis políticos "democraticamente" eleitos. A urna não é um cheque em
branco!

A Dívida Pública é tão só o roubo e os desvios dos dinheiros dos
contribuintes.

É fácil divulgar isto na internet.
Digam aos vossos amigos, para passar o e-mail para qualquer um que possa
estar interessado.

Se nos estão comendo vivos ... As pessoas precisam saber. Estamos a sofrer
uma anexação pela via financeira, e esta é a realidade.